Com painel específico na programação
do Congresso Internacional do Leite, as novas abordagens sobre assistência
técnica e extensão rural foram discutidas por especialistas da área nesta
quarta-feira (29/07), no Centro de Convenções da FIERGS, em Porto Alegre. Tendo
como presidente o delegado do Ministério do Desenvolvimento Agrário Marcos
Carlos Regelin e como moderador o presidente da Emater/RS-Ascar Clair Tomé
Kuhn, o painel apresentou visões da conjuntura internacional e nacional de
ATER.
Para o presidente da Emater/RS-Ascar
Clair Kuhn, o maior desafio da ATER na atualidade é levar tecnologia e
rentabilidade. “Só é possível estimular a sucessão rural, se houver qualidade
de vida. Quando a ATER tem o propósito de levar qualidade de vida e geração de
renda promove seu papel social, levando da dependência para a independência”,
destacou.
O consultor holandês, da La Ventana
Consulting, Johannes Bouwe Schiere, apresentou aspectos da visão internacional
sobre Assistência Técnica e Extensão Rural, com experiências formais e
informais na Holanda e outros países europeus.
Segundo ele é importante ter clareza da visão e desafios do futuro
porque muitas vezes sabemos como fazer, mas não para que fazemos.
O sucesso do setor de produção,
segundo o especialista, depende da aliança entre ecologia, pessoas, politica e mercado, com
variadas formas de assistência técnica adaptadas às realidades e ao momento.
“Cada fase tem seu sistema de tecnologia e desenvolvimento. A pergunta é o que
e como fazer a atividade leiteira daqui a 20 anos, se vamos de uma fase a
outra, a assistência técnica deve se preparar para o que fazer e pensar não
somente como fazer, mas como deverá ser a atividade”, lembra.
A visão brasileira de assistência
técnica e extensão rural foi apresentada pelo diretor executivo de
Transferência de Tecnologia da Embrapa Waldyr Stumpf Júnior, que realizou um
resgate histórico da ATER, da extensão rural
instituída na época do Império até a atualidade. Os desafios se ampliam
diante da importância do setor leiteiro para a agricultura e a economia
brasileira, sendo que o país é o quarto maior produtor mundial de leite.
Em relação à região Sul, a
participação da pecuária bovina que recebe orientação técnica pública ou
privada chega a 62%. “Nesta região também, a agricultura familiar tem
importância significativa na atividade leiteira, sendo responsável por 79,6% da
produção de leite”, afirmou.
Na sequencia do painel, o diretor da
CooperIdeal, de Londrina (PR), Marcelo Rezende destacou o trabalho de
assistência técnica desenvolvido em 14 estados. Em primeiro lugar, buscam
identificar produtores com perfil adequado, que queiram crescer na atividade.
Entre as orientações técnicas, a criação do hábito de fazer o controle das
questões econômicas, zootécnicas e climáticas; melhoramento de pastagens;
qualidade de pastagens; sobressemeadura de inverno; suplementação do rebanho no
período do inverno; dieta a base de ração; sombreamento natural;
irrigação de pastagens, entre outras
ferramentas de controle utilizando os recursos disponíveis.
Por aluna-repórter Carolina Hilda Schleger, com apoio da jornalista Deise Froelich